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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Brasília não é ninguém

Matéria do CB defende Brasília como se ela fosse uma cidade melhor que as outras. Na verdade, ela é exatamente o oposto disso.

Passagem subterrânea de pedestres: o carro vai pela superfície
O pedestre, seja idoso ou jovem, desce e sobe escada. O carro vai tranquilo pela superfície...

Brasília é uma cidade elitista, construída sob uma visão obsoleta que divide pessoas, que põe políticos em palácios e cidadãos em carros. É uma cidade que coloca pedestres, ciclistas, usuários de transporte público e cadeirantes em posição de clara inferioridade apenas para beneficiar o carro (e, portanto, aqueles que têm dinheiro para comprá-lo e mantê-lo). É uma cidade que segrega em vez de unir.

Brasília foi construída como "capital de todos os brasileiros", mas nunca chegou nem perto desse "objetivo". E o tombamento é sempre um ótimo argumento para a elite manter privilégios da proximidade do poder. Quem não gosta de morar perto do castelo do rei? A proximidade da realeza traz facilidades.

Se Brasília não tivesse tantas verbas chegando facilmente por ser capital, talvez seria hoje uma nova Detroit: uma cidade quase fantasma, que pouco produz e, assim, definha. (Se você não sabe como está Detroit, que já foi uma das cidades mais prósperas dos EUA, veja abaixo o artigo "Detroit: cidade 'fantasma' em ruínas"). Mas talvez esse seja o destino desejado por muitos para Brasília: "para que nos preocupar em ter uma cidade inclusiva e produtiva se podemos apenas mamar recursos do Estado para sempre?", devem pensar baixinho.

A verdade é que Brasília não é ninguém. Se fosse uma pessoa, seria aquela pessoa que vive bem apenas por estar próxima do poder. Nada produz. Só é alguém por ser filha do presidente. O presidente que sonhava num Brasil de (e para) automóveis, um Brasil que iria aos poucos esquecer e abandonar suas ferrovias e hidrovias, ainda hoje muito mais eficientes do ponto de vista logístico. Mas isso é outra história.

O Correio Braziliense, em matéria intitulada Carta aberta aos defensores do tombamento, nos faz pensar que Brasília é uma "uma joia da arquitetura" e muito mais. Mas será que não caberia analisar também que o planejamento urbano excludente gera favelas em cidades-satélites e no entorno? O jornal mostra-se contra "prédios altos na W3", mas será que não deve haver uma maneira de aproximar mais as pessoas do centro de Brasília, mesmo que essas pessoas sejam pobres? O editorial diz ainda:

"Queremos transporte de qualidade, mobilidade urbana, ciclovias, acessibilidade, infraestrutura nas cidades ao redor de Brasília, segurança no Entorno, educação decente e o deslumbre do céu e do cerrado."

Mas cabe mais uma pergunta: será que com tudo tão centralizado no Plano Piloto (e embora o GDF até ensaie uma mudança, isso não vai mudar), não seria o caso de uma ocupação mais densa das áreas centrais de Brasília? Disso ninguém fala. O PPCUB é, no geral, ruim. Não é à toa que gera tanta polêmica. Por outro lado, tudo o que as elites não querem são trabalhadores pobres morando na capital do país. Para nossas elites, já basta que as classes C e D estejam ocupando áreas que antes eram apenas delas, como os aeroportos. Desse embate, quem provavelmente não sairá ganhando é a maioria dos trabalhadores e estudantes do Distrito Federal e Entorno.

PS: Muita gente, na hora de enaltecer Brasília, fala que é excelente morar numa "cidade sem favela". Não seria apenas uma maneira sutil de dizer que na cidade não mora gente diferenciada?

Se tiver um tempinho, leia:

A solução para a crise do transporte? Cidades compactas (Exame)

Detroit: cidade 'fantasma' em ruínas (DN)

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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Coelhos de parque não vão mais ser comida de leão

Coelhinhos que corriam risco de virar comida no Zoológico de Brasília poderão ser doados.

Coelho do Parque Olhos d'Água - Foto Marcelo Ferreira

Os coelhos do Parque Olhos d'Água, na Asa Norte de Brasília, estão salvos. Ao menos por enquanto. O plano inicial, de transformá-los em comida no Zoológico de Brasília, foi deixado de lado devido à repercussão negativa. Os coelhos que vivem no parque poderão ser adotados.

Não se sabe como os animais chegaram no parque. Acredita-se que foram donos que os abandonaram lá, onde eles começaram a procriar. Há entre 20 e 40 roedores na área de preservação. Como os coelhos não são animais nativos do cerrado, provocam desequilíbrio ambiental e precisam sair do parque.

Depois da tarefa de capturar os animais, eles terão a saúde examinada e, se estiverem livres de doenças, serão colocados para adoção. A tarefa ficará a cargo do Centro de Zoonoses.

Saiba mais
  1. Coelhos que estão em parque de Brasília poderão servir de alimento no zoológico, em R7.com
  2. Coelhos escapam de virar comida no zoológico e serão adotados no DF, em R7.com
  3. Foto: Foto de Marcelo Ferreira, para o Correio Braziliense, em Facebook.com

domingo, 10 de novembro de 2013

Cobrar de quem tem mais e de quem polui

Quem ostenta pode pagar mais! Pela aprovação do Imposto sobre Grandes Fortunas

Muitos dizem que pedágio urbano e estacionamento pago são injustos com os mais pobres. Mas será que injusto não é alguém ostentar e poluir com sua Ferrari sem pagar nada pelo uso das vias e dos estacionamentos públicos? (Mesmo que munta gente ache, erroneamente, que o IPVA tenha essa finalidade.)

Pedágios urbanos, estacionamentos públicos com cobrança e impostos sobre grandes fortunas, com a participação da sociedade como um todo, são ferramentas essenciais para promover não apenas mais igualdade social, mas também cidades mais justas, cidades que criem mais oportunidades e não mais desigualdades.

Cidades desenvolvidas no mundo todo cobram dos que têm mais, seja na forma de impostos, parquímetros, pedágios urbanos etc, para melhorar transporte público, calçadas, infraestruturas para bicicletas, praças e outros equipamentos públicos. Isso é seguir o princípio da legislação ambiental do poluidor pagador: pode poluir, mas pague por isso. Isso sim é ser justo com os mais pobres, com os cadeirantes, com os pedestres e ciclistas, com os idosos, com o cidadão. Isso é promover equilíbrio social.

Foto via Supercarrinho.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

PPCUB...

PPCUB e Brasília. Foto: autor desconhecido

De um lado, o governo ligado a interesses aparentemente empresariais, como os de empreiteiras. De outro, vários grupos contra o projeto, dentre eles alguns grupos conservadores que querem uma Brasília sempre igual, uma cidade presa numa visão carrocentrista de 1950, ótima para quem tem interesse apenas na valorização imobiliária e que lucra com trabalhadores e estudantes viajando de lugares cada vez mais distantes, dependendo de uma mobilidade cada vez pior. Afinal, uma mobilidade ruim valoriza os imóveis residenciais centrais, que não podem ser ampliados como em qualquer cidade normal por força de tombamento e de leis.

E não adianta discutir mobilidade urbana sem discutir a maneira como a cidade se desenvolve, os lugares onde as pessoas moram, trabalham e estudam. Para os que vivem a mais de 20km do centro da capital, só bicicletas e ônibus comuns não resolvem o problema. Por isso o PPCUB deveria ser usado para fazer o que Brasília nunca fez: incluir.

Nessa questão do PPCUB, vários grupos pedem algumas coisas muito justas, como audiências públicas em datas e horários acessíveis a todos e uma exposição clara para a população do que é o projeto. Por outro lado, agem como os partidários "do contra", apontando apenas os defeitos mas não enaltecendo qualidades nem propondo soluções.

O PPCUB, do jeito que está, é muito ruim. Ele não foi feito para melhorar a vida do cidadão brasiliense. Mas grande parte da revolta contra ele NÃO é para democratizar o acesso a cidade que já foi proclamada "capital de todos os brasileiros".

Resumindo:

  • de um lado, governo aparentemente ligado a empresários;
  • do outro, vários grupos contra o projeto, alguns deles conservadores;
  • e bem no meio dessa confusão e jogo de interesses, como sempre, o povo.

Informações sobre o PPCUB:

Edit: o texto foi modificado porque dava a entender que apenas grupos conservadores seriam contra o PPCUB e que apenas grupos empresariais norteavam o projeto do governo.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Ciclovia do GDF após reparo da CEB

Serviço da CEB em ciclovia do GDF. Foto: Fernando Omega.

Vejam o serviço porco que a CEB, Companhia Energética de Brasília, fez numa ciclovia. Descrição e foto de Fernando Omega:

"A CEB furou a ciclovia para passar cabos e fecha o furo com uma casca de cimento. O caminhão da CEB passa por cima e quebra o cimento. A CEB refaz a casca."

GDF e CEB deveriam ter uma conversinha...

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