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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Capitais aumentam passagem, mas Brasília continua em 1º

Seis capitais sobem as passagens. Brasília continua com tarifa urbana mais cara do Brasil, mesmo sem aumento de tarifa previsto para o momento.

Ano novo, vida nova, e passagem de ônibus mais cara. A época de férias é a época preferida dos gestores públicos para aumentar o preço das tarifas de ônibus. Abaixo a tabela com os novos valores de passagem de ônibus urbanos nas capitais onde haverá aumento neste início de 2016:

CidadeValor antigoNovo valor
Belo Horizonte (MG)3,403,70
Boa Vista (RR)2,803,10
Brasília (DF)*4,004,00
Florianópolis (SC)2,98 no cartão, 3,10 no dinheiro3,34 no cartão, 3,50 no dinheiro
Rio de Janeiro (RJ)3,403,80
Salvador (BA)3,003,30
São Paulo (SP)3,503,80

* Brasília, com tarifa de R$ 4,00, a mais cara do Brasil para ônibus urbanos, não tem aumento de passagem previsto para este início de ano. Esses valores de passagem são apenas os de ônibus urbanos, faixa que não inclui ônibus metropolitanos, como os do Entorno do DF.

O Governo do Distrito Federal não fala ainda em novo aumento para as passagens mais caras do país. Mas, pela experiência do ano passado, o governo atual prefere falar exaustivamente que não vai aumentar a passagem, para então aumentá-la junto com outras tarifas.

Para mais informações, incluindo aumentos de linhas urbanas e metropolitanas de outras cidades onde houve aumento, veja: G1: Passagem de ônibus sobe em ao menos 18 cidades neste início de ano.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Faixa exclusiva, jeitinho brasileiro e gambiarra

O brasileiro costuma se auto-declarar justo. Mas, ao ver uma faixa exclusiva de ônibus vazia, costuma pedir para liberá-la para os carros. O correto não seria pedir mais ônibus?

EPTG engarrafada e faixas exclusivas. Foto: Auditoria TCDF.
EPTG engarrafada e faixas exclusivas. Foto: Auditoria TCDF.

Nas frequentes greves de ônibus, e nas menos frequentes greves de metrô, volta à tona a polêmica: as faixas exclusivas de ônibus devem ser liberadas para os carros de passeio? Uma discussão geralmente egoísta, que se esquece dos espremidos usuários do transporte coletivo que pelo menos pela faixa exclusiva podem fazer uma viagem pegando menos congestionamentos.

Não seria o caso de os motoristas pedirem mais ônibus e melhor transporte coletivo, em vez de simplesmente pressionar por mais uma faixa para os carros? Mesmo em vias que chegam a ter sete (7) faixas de tráfego misto em alguns pontos (como a EPTG, estrada que liga Taguatinga e Guará a Brasília), apenas uma delas exclusiva (meros 14% da largura da via), a súplica dos motoristas persiste. E cabe lembrar que as faixas exclusivas quase nunca são exclusivas de ônibus: elas são compartilhadas por ônibus, táxis com passageiro, ônibus fretados, ônibus escolares e veículos de emergência como polícia, bombeiros e ambulâncias.

Jeitinho brasileiro e gambiarra

Resumindo, o jeitinho brasileiro para "acabar" com os congestionamentos aparentemente é a gambiarra: transformar a faixa exclusiva em faixa infestada de carros, sem levar em consideração a quantidade de passageiros transportados ou um uso mais igualitário do espaço público. Os motoristas aparentemente esquecem (ou "preferem ignorar") que, na mobilidade urbana, são minoria.

Mobilidade eficiente

Há um outro problema que é geralmente ignorado nas discussões de mobilidade: os grandes motores a diesel usados pelos ônibus são extremamente ineficientes em congestionamento. Ou seja, devem estar em movimento, pegando pouco congestionamento. Levando em consideração isso, o fato de estar levando mais pessoas e que se deve dar a maior eficiência possível ao salário pago ao cobrador e ao motorista, o ônibus preso em engarrafamento é extremamente ineficiente. E isso é custo para toda a sociedade na forma de uma pior mobilidade para todos. Muitos dos insatisfeitos com o transporte público acabam migrando para o uso diário do carro de passeio.

Enfim, se o brasileiro comum pressionasse por mais igualdade, melhores condições para todos e mais eficiência em todos os setores em vez de sempre exigir privilégios para poucos, talvez tivéssemos hoje um Brasil melhor, e não um país com tantos privilégios (e poucos privilegiados) no uso de recursos públicos.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Ônibus no DF: Tarifa técnica chegará a R$ 4,75, aumento de até 75% desde 2013

A tarifa técnica da Viação Pioneira passará para R$ 3,74; a da Marechal, para estrondosos R$ 4,75. Aumento vem após várias paralizações-surpresa que prejudicaram milhares de passageiros.

Evolução da tarifa técnica no transporte do DF comparada à inflação

A tarifa técnica é o valor que o GDF repassa às empresas por pessoa transportada. O valor não corresponde aos valores que os usuários pagam pelas passagem. Quando necessário, o GDF complementa a importância paga pelo passageiro até que se chegue ao valor da tarifa técnica. No cálculo também entram as integrações por cartão feitas pelo usuário. É essa tarifa que o GDF, após recomendação do Ministério Público, vai aumentar por agora.

Os aumento previsto para a Viação Pioneira será de 58,4% em relação ao valor com que ela começou a operar no novo sistema, em 2013. Já para a Marechal, o aumento será de estrondosos 75%. O aumento corresponde à quase cinco vezes a inflação oficial desde o início de 2013, que é de apenas 15,5% (IPC-A / IBGE).

Evolução da tarifa técnica
Empresa Valor da tarifa
Licitado (2012/2013) 2013/2014 2015 Aumento total
Pioneira R$ 2,36 R$ 2,82 R$ 3,74 58,4%
Marechal R$ 2,7192 R$ 3,26 R$ 4,75 74,7%

O aumento acaba sendo um prêmio dado pelo governo às empresas que fizeram diversas paralizações, a maior parte delas graças a falta de pagamento a motoristas e cobradores. As paralizações, que aconteciam praticamente sem aviso, acabaram com vários cidadãos lesados em seus direitos. O GDF não divulgou se houve punições ou multas para as empresas.

Em entrevista ao Correio Braziliense, o Secretário de Mobilidade, Carlos Tomé, disse que o aumento se dará porque, após a licitação, nunca foi implantado o sistema integrado proposto. O Secretário afirmou também que a tarifa não vai aumentar para o usuário, porque “a qualidade do transporte público no DF é baixa” e, assim, não seria justo aumentar a tarifa para o passageiro. Ainda segundo Tomé, o custo da tarifa técnica não apenas sobe; também pode cair. Ele disse que isso pode acontecer quando for implantada a malha otimizada de transporte do DF.

Com informações do JBr, CB, DFTrans e G1.