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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Brasília, Sobradinho e Gama terão metrô até 1985

Notícia de 1976 anuncia rede de 100km de metrô para Brasília (Asa Norte e Asa Sul), Guará, Núcleo Bandeirante, Taguatinga, Ceilândia e Gama até 1982. Expansão para Sobradinho seria até 1985.

Jornal de 1976 trazendo as boas novas do metrô (transcrição mais abaixo; clique para ampliar).

Ler isso parece uma piada de muito mau gosto, mas é notícia verdadeira, publicada pelo Estadão em 1976 e obtida do acervo do jornal por forista do SSC. Brasília teria 100 km de metrô até 1982: iria da Asa Norte, passando pela Asa Sul, até Guará, Núcleo Bandeirante, Gama, Taguatinga e Ceilândia. Chegaria também a Sobradinho até 1985. Hoje, 37 anos depois, Brasília conta com apenas 42km em uma linha meia (em Y). Nas composições usadas hoje não cabem os 2.000 passageiros prometidos no projeto antigo - cabem apenas 1.000 pessoas.

No fim das contas, quem deve ter se dado bem nessa história foi a empresa que desenvolveu o projeto de metrô que nunca foi utilizado. (Será que o projeto foi feito? Onde estaria?). E quanto aos políticos? Esses sempre se dão bem mesmo… Brasília e Brasil: sempre nos trilhos e andando a passos firmes para o precipício frente desde 1960....

Abaixo a transcrição completa do texto do artigo de 1976 (grifamos algumas partes interessantes):

Brasília projeta rede para 1982
Da Sucursal de BRASÍLIA

Até 1982, o governo de Brasília pretende que entre em funcionamento a rede de 100 quilômetros de um metrô-leve, unindo o Plano Piloto às cidades-satélites de Taguatinga, Ceilândia, Guará e ao Núcleo Bandeirante. O anteprojeto será entregue no próximo mês pela empresa Consultores de Engenharia e Desenvolvimento (Cend), do Rio, que receberá seis milhões de cruzeiros por esse trabalho e pela elaboração do plano diretor para os transportes urbanos do Distrito Federal.

O metrô-leve - basicamente o pré-metrô carioca - nada mais é do que um sistema de bondes reforçados, articulados e fechados. Sua escolha, em substituição ao metrô convencional, foi devida principalmente ao elevado custo deste último e à perspectiva de que dentro de 15 anos, Brasília deverá ter uma frota de 600 mil veículos, para o transporte diário de mais de um milhão de pessoas, com o congestionamento inevitável de todas as vias da cidade.

A idéia do metrô-leve para Brasília surgiu durante a elaboração do plano diretor para os transportes coletivos da capital brasileira, encomendado à Cend em janeiro. Foi sentida a necessidade de instalar um sistema que não aumentasse o consumo de combustível, atualmente calculado em 350 milhões de litros por ano, com uma projeção para os próximos 15 anos de 1,2 bilhões de litros.

O elevado custo de construção do metropolitano convencional - cerca de 20 bilhões de cruzeiros por quilômetro - tornava esta solução inviável, para uma cidade de porte médio e sem uma demanda de passageiros que justificasse o investimento. A solução intermediária, o pré-metrô - largamente usado na Europa e adotado pelo Rio -, reduzirá o custo da obra para 1,2 bilhão de cruzeiros por quilômetro, num total de 12 bilhões para instalação e operação da rede. A proposta foi apresentada ao governo de Brasília na primeira quinzena de Agosto e a empresa carioca e consultoria autorizada a elaborar o anteprojeto. O projeto final das linhas estará pronto até o fim do próximo ano, permitindo que as obras sejam iniciadas em 1978 e concluídas no máximo em cinco anos.

Vantagens

O metrô-leve reduzirá em 30 por cento o consumo de combustível. Esse fato, aliado à melhor racionalização do transporte e energia, permitirá melhor circulação no Plano Piloto, atualmente congestionado. Com a diminuição do uso de carros no centro de Brasília, acreditam os técnicos que a atual incidência de mil acidentes por ano, com 100 mortos, será reduzida também em 30 por cento. Nos próximos 15 anos, as autoridades previam que o número anual de acidentes chegaria a cinco mil, com 500 mortos.

Com o metrô-leve ligando as cidades-satélites ao Plano Piloto, o tempo normal de viagem entre os dois extremos - atualmente de uma hora - será de 45 minutos, melhorando com isso, segundo os técnicos, a produtividade do trabalho e até a expectaviva de vida da população, que poderá prolongar-se por mais cinco anos além da média, devido à diminuição do stress.

Acredita a mesma fonte que o exemplo de Brasília e do Rio, na utilização do pré-metrô ou metrô-leve poderá ser estendido a outras cidades médias brasileiras, porque seu baixo custo e rapidez de instalação seria ideal para a eletrificação dos transportes coletivos preconizada pelo governo.

Estágios

De acordo com o anteprojeto, o sistema será construído em quatro fases. A linha prioritária, Asa Norte-Asa Sul-Guará, com 40 quilômetros de extensão, deverá estar operando em 1980, com o custo calculado de cinco bilhões de cruzeiros. O segundo estágio prevê um trecho de 21 quilômetros unindo Guará a Gama, que custará 2,5 bilhões de cruzeiros. A mesma importância deverá ser gasta na ligação Guará-Ponta do Eixão-Estação Rodoviária, com 22 quilômetros, custando dois bilhões de cruzeiros. Para 1985, está planejada sua extensão até Sobradinho, com 30 quilômetros.

Serão adquiridas 120 unidades (dois carros-reboques e um momtor), acoplados em 40 composições de nove vagões, com capacidade para dois mil passageiros. Os trens, fabricados no Brasil, seráo iguais aos encomendados para o pré-metro do Rio.

De acordo com o ate-projeto, o metrô-leve de Brasília terá 94 por cento de nacionalização, importando os restantes seis por cento. No eixo e nas asas do Plano Piloto, as linhas serão subterrâneas, em uma extensão de 12 quilômetros. Estão previstas 19 estações e as composições atingirão a velocidade de 120 quilômetros por hora.
Fonte: Acervo do Estadão.

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