GDF anunciou hoje a criação de vagões exclusivos de mulheres no Metrô-DF. Mas isso é uma solução para o problema ou um paliativo que apenas mascara a situação de superlotação e falta de educação?
Vagões exclusivos de mulheres são uma solução ou a verdadeira solução foi deixada de lado? Essa idéia vem com a Lei Distrital 4.848/2012, de iniciativa dos deputados distritais Evandro Garla (PRB) e Eliana Pedrosa (PSD). Segundo eles, a proposta foi deixada na ouvidoria da Câmara Legislativa do DF. Mas há alguns problemas:
- Em São Paulo, onde essa idéia nasceu, os trens têm seis vagões, e não apenas quatro, como em Brasília;
- Será que as pessoas em geral, e as mulheres em particular, passarão a pensar que são transportadas com dignidade?
- Como a tendência é que os outros três vagões fiquem muito apertados, é provável que cada vez mais pessoas migrem para carros particulares, agravando problemas de congestionamento e poluição;
- Atacar o problema seria aumentar a quantidade de linhas do metrô e de composições (trens) em circulação. Mas o governo Agnelo Queiroz, agora com quase três anos de gestão, cada vez mais mostra que não pretende investir um tostão sequer no Metrô-DF.
- Aqui no Brasil deveriam adotar os padrões europeus de transporte, com o máximo de 4 pessoas por metro quadrado, e não 9, 10 ou 11 pessoas/m². Não haveria espaço para assédio assim. Isso, associado a campanhas educativas e punições, é o que resolveria de fato o problema.
Se a idéia é melhorar a qualidade de vida das mulheres que usam transporte público no Distrito Federal, como fica a situação delas mesmas nos ônibus lotados que rodam por Brasília e cidades-satélites?
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