Após uma freada brusca do metrô e devido à demora no socorro, o pânico tomou conta dos usuários: eles quebraram os vidros e pularam na via.
A notícia a seguir é do Jornal de Brasília e confronta a versão do diretor do Metrô-DF de que um passageiro havia sido responsável pelo caos desta semana.
Entenda os reais motivos que causaram o pânico no metrô
Publicação: Sábado, 09/03/2013 às 09:10:00
Suzano Almeida
Especial para o Jornal de Brasília
Vagões do metrô perdem tração e causam pânico em passageiros. O incidente aconteceu próximo à Taguatinga Norte e quase 25 viaturas foram acionadas para prestar socorro aos passageiros. JB Uma pane em uma composição do metrô, próximo à Estação Metropolitana, em Taguatinga, provocou pânico aos cerca de 800 passageiros que se aglomeravam dentro dos vagões lotados, na manhã de ontem. Após uma freada brusca e devido à demora no socorro, o caos tomou conta dos usuários, que mesmo orientados pelo maquinista a não descer dos trens, quebraram os vidros e pularam na via. Pelo menos 55 pessoas foram atendidas pelas equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros.
A composição que transitava no sentido Ceilândia/Plano Piloto apresentou defeito ao se aproximar da plataforma da estação. Parte dela não conseguiu parar no local de embarque e desembarque.
Pânico
Segundo os passageiros, a falta de informações e a demora no socorro ocasionaram o problema. “A sensação era de pânico mesmo. Não fomos informados de nada, apenas que logo andaríamos. As pessoas começaram a ficar muito agitadas”, contou a secretária Ana Nobre da Silva, que foi levada ao hospital com problemas nervosos ocasionados pelo estresse.
A gerente Dayanne Vivian, 21, que trabalha em uma panificadora em frente o local do incidente, afirma que o trem ficou parado por muito tempo e que clientes começaram a chegar contando que os passageiros estavam nas janelas dos vagões pedindo por socorro. “No início, não percebemos o que estava acontecendo. Foi quando eles arrancaram as janelas. Algum tempo depois, os passageiros começaram a ser retirados pelo socorro e vir para cá, muito nervosos em busca de água e cartões telefônicos para avisar parentes sobre a situação”, disse.
Feridos
De acordo com dados divulgados pelo Samu, as 55 vítimas foram atendidas por nove viaturas e dez motos, sendo: 40 casos de menor gravidade, 12 de atenção de urgência e três emergências. Entre os casos considerados graves, segundo informações do Corpo de Bombeiros, estava uma mulher grávida que apresentou sangramento, e uma pessoa, não identificada, com aneurisma.
O diretor de Operação e Manutenção do Metrô-DF, Fernando Sollero, explica que os trens estão iniciando o funcionamento automático e um defeito percebido pelo sistema teria desligado o carro, retirando a aderência de dois vagões. “Esse é um problema que acontece com frequência e que pode ser resolvido pelo próprio maquinista, com algumas medidas em poucos minutos. Porém, a composição não atendeu a nenhum dos comandos realizados por ele.
Nesses casos, outro trem volta, após deixar os passageiros na estação mais próxima, e o reboca”, explica Sollero que completou: “O trem que faria esse resgate estava a apenas sete minutos do local, mas, apesar dos apelos do maquinista, algumas pessoas começaram a pular, levando à essa situação de pânico generalizado”, explicou.
O sistema de piloto automático foi testado e aprovado pela companhia no ano passado. Com o Automatic Train Operation (ATO), tudo passa a ser controlado pelo Centro de Controle Operacional (CCO), que tem visão geral de todo o sistema. O mecanismo pode executar tarefas como abrir e fechar as portas.
Fonte: Jornal de Brasília.